Nos dias de hoje não há um único profissional de qualquer área de atuação que não viva sobre muita pressão e estresse, ainda mais nesse período de pandemia.
O estresse não é completamente ruim. Em fase inicial, ele dá ânimo, vigor e torna a pessoa mais produtiva. No entanto, quando atinge níveis mais profundos pode desencadear problemas físicos e mentais.
A linha entre o estresse bom que ajuda na produtividade e o ruim que traz consequências ruim para nossa saúde é muito tênue como você pode ver no gráfico abaixo.
Na vida de um programador e/ou estudante de programação o estresse está sempre presente, pois são horas em frente de um computador resolvendo um problema atrás do outro. E são muito os problemas que tiram o sono e aumentam o estresse na vida do desenvolvedor. Na busca de resultados excepcionais celebrando e atendendo as necessidades e demandas dos clientes e dos usuários, as preocupações dos desenvolvedores também precisam ser ouvidas.
Não precisa ser uma loucura
No livro It doesn’t have to be crazy at work de David Heinemeier Hansson e Jason Fried, os autores se posicionam contra o que se tornou o senso comum no mundo das empresas, que é a loucura no trabalho, com longas jornadas, interrupções excessivas, falta de tempo para pensar, agendas superlotadas, etc., o que impede de que os trabalhadores possam dar o seu melhor no trabalho.
O livro critica a “nova” maneira de como as empresas trabalham e de que as empresas não precisam ser uma loucura para obterem sucesso. As organizações devem reorganizar a maneira de trabalhar para que seus funcionários não privem horas de sono e de tempo de qualidade com suas famílias.
A relação com o trabalho
Muito além das esferas da organização, que envolvem a cultura da empresa e as práticas de desenvolvimento, é claro que a saúde mental dos programadores está diretamente relacionada com suas próprias experiências. Afinal cada um tem a sua maneira de lidar com o estresse e os problemas do dia a dia.
Aprender faz parte do trabalho
É muito comum no trabalho do programador receber novos desafios, algo que nunca trabalhou antes ou que envolve alguma tecnologia diferente. E isso não deve ser motivo de preocupação ou desmotivação, pois o desenvolvedor não tem que saber tudo e responder rapidamente sobre qualquer linguagem ou tecnologia, isso é humanamente impossível.
Estudar e aprender faz parte do trabalho. Assim deve-se aceitar que muitas vezes irá precisar parar e estudar alguns assuntos desde o começo de um projeto, terá que testar e errar muitas vezes, para entregar tarefas e seguir em frente.
A síndrome do impostor
A “síndrome do impostor” descreve um padrão de comportamento em que a pessoa não se sente capaz o suficiente para executar uma tarefa, mesmo com as evidências demonstrando o contrário. Essa síndrome faz com que a pessoa minimize suas realizações, e não se exponha por medo de se revelar uma fraude.
A síndrome do impostor se manifestar de várias maneiras:
1) Sentimento de não pertencimento: muitas vezes, as pessoas que sofrem com a síndrome do impostor podem pensar que não merecem estar onde estão. Quando isso ocorre, é comum que haja um sentimento de não pertencimento aos locais que, como consequência, leva as pessoas a se afastar dos grupos.
2) Procrastinação: o indivíduo se sente inseguro para executar as tarefas do dia a dia.
3) Autossabotagem: criam mecanismos para fugir de certas experiências em que não se sentem seguras para desempenhar um bom papel. Por isso, costumam perder boas oportunidades e acabam se arrependendo muito regularmente.
4) Autodepreciação: Se você costuma falar mal de si mesmo com muita frequência, fique atento ou atenta: isso também é um sinal importante. Aliás, pessoas com a síndrome tendem a gostar menos de suas qualidades e características, tornando-se amarguradas e tóxicas consigo mesmas.
5) Autocrítica excessiva: é válido que as pessoas façam análises críticas sobre suas ações. No entanto isso não pode se tornar completamente excessivo e as avaliações perderem contato com a realidade. É como se a pessoa perdesse a capacidade de encontrar boas lições de erros e se punisse o tempo todo.
6) Comparação: essa é a principal característica da síndrome do impostor. O indivíduo só consegue encontrar boas características nos outros e nunca em si mesmo.
Perfeccionismo
Os desenvolvedores adoram falar sobre as boas práticas da programação, estudar diferentes abordagens para lidar com problemas, testar novas tecnologias etc. O grande problema é que tudo isso pode ser usado para autocrítica, ou criticar o trabalho de outros programadores pessoas. Essas características devem ser usadas para melhorar o trabalho e nunca depreciar.
Higiene mental
A higiene mental se refere aos cuidados para manter o equilíbrio da nossa mente. Entre eles, estão manter uma alimentação saudável, moderar a ingestão de substâncias psicoativas, como álcool e remédios, evitar relações tóxicas e estabelecer projetos futuros. A higiene mental fortalece a autoestima, tão necessária para que desempenhemos com qualidade as atividades que temos em nosso trabalho e para que haja harmonia, calma e cooperação no convívio com outras pessoas. Existe uma série de hábitos e muitas estratégias para manter a mente saudável, tais como: praticar ioga, meditação, exercitar-se, ter contato com alguma forma de arte, dentre outros.
O ponto é que muitas vezes não percebemos quando estamos chegando no esgotamento, então não espere que as coisas piorem para reservar um tempo para cuidar de si mesmo.
Algumas causas de estresse e ansiedade na vida de um programador são inevitáveis. O processo de aprendizado do dia a dia do programador é naturalmente frustrante e intenso. Mas infelizmente não há muito o que fazer, é preciso aprender a lidar com essas situações da forma mais saudável possível.
O programador não precisa trabalhar a beira do burnout. Já se sabe que isso não é saudável e mais prejudica o projeto do que qualquer outra coisa.
Muitas vezes o excesso de estresse acontece por falta de compreensão e confiança de outras áreas sobre como o trabalho do desenvolvedor funciona, e o programador se sente na obrigação de atender expectativas impossíveis. Quando não se aceita o tempo que os projetos precisam, e começam a gerar pressão para forçar acordos irreais, o trabalho do programador não é fazer milagres e sim comunicar da forma mais clara o que é possível fazer.
Um ciclo saudável de entrega de projetos, leva a relações saudáveis no trabalho, que permite uma boa saúde mental dos desenvolvedores.
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